RENATO REZENDE | ||
Parques do Rio de Janeiro – um olhar poético
O livro Parques do Rio de Janeiro – um olhar poético procurou unir imagens dos inúmeros parques e jardins públicos do Rio de Janeiro com poemas de poetas que viviam na cidade (a única então já morta foi Ana Cristina César). Com fotografias de Beto Felício, o livro ficou um primor, mas depois de publicado um grupo de poetas malandros-otários resolveu processar a empresa patrocinadora, alegando não terem cedido seus direitos autorais (eu havia contatado um a um e recebido a autorização). “Vamos ganhar um apartamento cada um”, disse-me um deles, que usava suspensórios, tentando justificar a calhordice e me cooptar. A pressão foi grande, por dois dias seguidos a notícia do processo foi publicada na coluna do Boechat, numa tentativa de forçar a João Fortes a entrar em acordo. Tirando honrosas exceções, entre elas o sempre digno Ferreira Gullar, que publicamente reconheceu que havia autorizado a inclusão do seu poema, encontrei canalhas entre os poetas e gentlemen entre os empresários, mas isso não deve surpreender ninguém. A João Fortes não quis acordo, a ação seguiu seu curso, e seus autores perderam, tendo que enfiar o rabo entre as pernas. Mas enquanto isso o livro ficou embargado, e mesmo depois de tudo esclarecido e resolvido, preferimos não distribui-lo. Para muitas coisas isso serviu; uma delas: foi neste contexto que conheci Cláudia Roquette-Pinto. |
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